• Ego 2.0

    Se lembra quando a gente / Chegou um dia a acreditar /Que tudo era prá sempre / Sem saber / Que o pra sempre / Sempre acaba – Renato Russo - da minha coleção de frases.

    Anota aí no seu caderno 2.0.

    Teremos que fazer uma revisão na nossa relação com nosso ego.

    Não gosta do termo ego?

    Chama de caixa, piloto automático….

    Tudo aquilo que é condicionamento que relaciona você com o que você pensa.

    Você com o senso comum.

    Tudo aquilo que você acha que é  você, mas não é….

    A fase das “mulas ideológicas dos outros” vai ficar (já está ficando) obsoleta.

    Ela serviu bem ao sistema que não estava explodindo em termos de população.

    Para um mundo, super povoado, esse tipo de relação com o ego é um entrave.

    Sistemicamente falando, nosso ego capitalista, consumista fechado vai nos levar – como já o faz –  a uma sinuca de bico!

    Precisamos aprender a criar coletivamente.

    Não é papo do Dalai Lama, mas já é de quem pensa no futuro das empresas!

    (Sugiro da leitura do livro Presença!)

    Aí, o ego atrapalha!

    Estamos passando da produção individual dos especialistas, cartesiana, dividir para entender e produzir  (que chegou ao seu limite sistêmico)  para o conceito de coletivos inteligentes: produzir coletivamente, em grupos multidisciplinares, tentando que especialistas, não percam a noção do todo.

    Nestes, ninguém sabe tudo, cada um, um pouco, e só a troca destes é capaz de levar a um resultado holístico!

    Essa é a principal mudança na maneira de se organizar pessoas do século XXI.

    Todos estaremos em torno de projetos, tendo como interfaces redes sociais digitais, que depositam suas descobertas em bancos de dados colaborativos.

    E para esta nova civilização a relação que temos com nossos egos consumidores, criados e estimulados pelo capitalismo, começa a atrapalhar.

    Quando entrarmos para co-criar o  principal valor será a capacidade de cada um e de todos em não trazer verdades fechadas, pois a nossa visão da realidade deve ser um miolo de pão em um lago de girinos sempre sujeita à interação, circulando e aprendendo, conforme cada um vai agregando.

    Dessa forma, quem vem com o ego fechado, para se reafirmar perante os outros, para provar que ele está certo, atrapalha.

    Estamos saindo de um mundo no qual o “ego fechado” foi o principal elemento de dominação e, por que não, de produção (que até funcionou) para um outro, no qual o “ego aberto” será fundamental para a criação coletiva, única saída para a existência humana em um mundo super-povoado!

    Ou seja, o ego que representava o senso comum, deve ir para trás e colocar o senso comum na frente para que todos possam bater nele a vontade, e, assim, inovar.

    O que muda?

    O senso comum apanha, mas os egos, não!

    Pois os egos vão lá já sabendo que ninguém é dono da verdade!

    O senso comum sempre será uma versão em construção!

    Todo mundo dá a mão à palmatória (que é o senso comum).

    O que me representa não é o que eu penso, mas a minha capacidade contínua de me  repensar.

    Isso envolve uma gigantesca mudança filosófica humana.

    Que nos leva a outro conceito de como nos vemos no espelho.

    Somos mais manchas passando do que pessoas fixas!

    E notem que todo o circo (incluindo escolas) nos leva a pensar o contrário.

    O que o Marcelo Gleiser, no fundo, nos sugere no livro dele (Criação Imperfeita)  ao colocar o ser humano como um acaso e nossa incapacidade de fechar qualquer teoria que explique o mundo, que não seja provisória.

    Não há verdade final, só momentânea, a partir de nossa capacidade de medir as coisas, com a cognição e as ferramentas disponíveis.

    Se isso é fato, sempre podemos estar na dúvida, pois a dúvida é mais eficaz do que a certeza.

    Raul no fundo estava (como sempre) certo.

    E nos leva a percepção que o “ego fechado”  e “capitalista”, “consumidor” terá que dar lugar a um outro “aberto”, “colaborativo” e “prosumidor”.

    Um ego 2.0!

    Concordas?

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